quinta-feira, 17 de março de 2011

Quando eu crescer

Quando eu crescer, criar juízo, ser alguém assim, respeitável, distinta, aceita pela sociedade...talvez eu pare de perder todas as coisas possíveis e imagináveis que tenho. Ou ao menos vou saber onde as deixei/guardei/pus. Vou conseguir ficar com um óculos escuro durante mais de um ou dois meses sem quebrá-lo. Vou parar de rapiscar a palma da mão. De beber no gargalo. De enfiar a colher que pus na boca no doce novamente. De passar o dedo na cobertura. De mascar chicletes todo o santo dia. De dançar na sala de calcinha. De trocar de bolsa todo o dia e esquecer os documentos em alguma delas sem nunca saber em qual. De comprar coisinhas fúteis compulsivamente. De passar horas a fio baixando músicas na internet. De fofocar e dar risada no msn. De falar merda com a Simone na rua a ponto de ter de sentar na calçada para dar risada. De só usar calça de malhar, camiseta, o mesmo tênis sujo, gloss com glíter, blush e lápis de olho beeem forte. De pensar em virar loira mas acabar pintando o cabelo de preto azulado a cada 6 meses. De andar nas ruas de mp3 pra não ouvir os pedreiros e demais homens da classe operária falando gracinhas. De amar esmalte azul. De ter vontade de fazer uma tatto (mas não sei de que) De ser tão boba, apaixonada e dedicada a quem amo. De amar milkShake de ovomaltine do Bob's. De ter essa síndrome de pop star que não me abandona de modo algum. De ser tão voluntariosa e fazer bico quando não consigo o que quero. De usar meias da hello kitty e da Barbie. De não ter paciência com gente carente e melosa. De inventar coreografias malucas em frente ao espelho. De gritar no meio do trabalho, do nada, só pra quebrar o tédio. De achar todos chefes que tive até hoje uns merdas completos. De adorar meu trabalho e odiar meu salário. De fazer bolas enormes de chiclete. De achar a vida uma vadia injusta, mas mesmo assim ser completamente louca por ela. De me comportar como se eu estivesse nos anos 80…ainda. De  beber e filosofar no msn com amigos sobre a origem do universo e nosso papel nesta palhaçada toda. De abraçar as pessoas que gosto, de tocá-las, de ser tão malditamente táctil. De discutir Cinesiologia com meu namorado q nem cursa Educação Física mas é so sabe tudo (ou se faz). De sempre interrompê-lo em nossos momentos de relax, qdo ele está no video game ou no pc  para citar uma frase ou parágrafo do que estou lendo, com a famosa frase “gatinhoo, olha que legal….” De ser tão direta, sincera, sem filtro. De falar palavrão pra caralho. De ver filmes tristes que já vi anteriormente só pra chorar. De odiar realidades-chatas-entediantes-previsíveis. De sentir saudades. De escrever mensagens que nunca serão entregues.  De inventar pratos malucos na cozinha e submeter minha família à tais experiências. De escrever bobeiras nesse blog.



De ser tão moleca, sem jeito, despojada, descolada…



Mas isso, só quando eu crescer….




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